quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O Natal e as Rabanadas.

Você come rabanada sem ser no Natal? E doa seu "suado" dinheirinho fora do mês do Papai Noel?

O Natal é daqueles momentos em que você necessita expressar todo o seu sentimentalismo perante a sociedade. Doa aquelas roupas de merda que você ganhou no último amigo oculto da empresa, aquelas cuecas estilo "Borat" que sua Tia-avó te deu no aniversário e depois disso se sente o "Nelson Mandela" da sociedade, o paladino das causas pobres. É o espirito natalino!

Você passa na rua cumprimenta as pessoas, caso não tenha resposta positiva fica revoltado, "em pleno Natal as pessoas não se falam, que horror né maria?", retruca aquela senhora que o ano todo nunca dá bom dia ao porteiro do prédio.

Ainda tem aqueles dizeres sensacionais, "porra, meu irmão, ano que vem vai ser foda, é o nosso ano cara, quero passar a virada com vocês, to sentindo a vibe". Grande "vibe", aliás não sei que "vibe" natalina é essa. As pessoas se transformam em dezembro? Viram outras? Colocam uma máscara social capaz de escondê-las em uma bolha que fede a hipocrisia?

Fico matutando aqui onde ora "abundo", será que há alguma analogia cabalística entre o mês número 12 e solidariedade? Só pode ser! Os católicos de domingo irão dizer, "ah mas é o nascimento de Jesus". Ótimo, então precisamos de mais 364 messias para fazermos o bem durante todo o ano.

Então, caro leitor, não sinta-se ofendido, sinta-se instigado, instigado a dar um bom dia pelo menos durante todos os dias do seu "arrogante" ano. Jogue o "espiríto natalino" na frigideira, juntamente com suas deliciosas rabanadas, já que os dois são gostosos e fofinhos, mas só aparecem uma vez por ano.

2 comentários:

dear katie disse...

Demais.

Raphael Dias Nunes disse...

Oportuno, apesar de eu já ter lido muitas críticas bem parecidas com esta, em períodos natalinos.

Concordo com essa babaquice de Natal. É uma palhaçada que a sociedade precisa acreditar para se sentir menos de desumana, pelo menos uma vez por ano. É uma data que há um apelo sentimental e religioso ao consumo, uma das jogadas mais bem aproveitadas pelo capitalismo.

Por outro lado, não dá para todo mundo ser bonzinho o ano inteiro, viver nessa mentirinha que é o natal o ano todo. Seria melhor que todas as criancinhas não acreditassem no papai noel e seus pais dessem esse tipo de exemplo por livre e espontanea vontade.

Seria, seria... nada é e nem seria.